Com a presença dos diretores Weber Matias e Jose Geraldo do Sinpefesp, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) recebeu, no último dia 6 de dezembro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário da Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano para ministrarem a palestra: “Situação das contas Públicas para retomar o crescimento com distribuição de renda e justiça social”.
Vale salientar que este foi o primeiro encontro do ministro da Fazenda com a classe trabalhadora.
Na ocasião, Ricardo Patah, presidente da UGT, enfatizou ser preciso ampliar o diálogo entre governo e sociedade.
“Da maneira que está sendo apresentada essa mudança, na correria e às pressas, a UGT e muito provavelmente as demais centrais sindicais não aceitarão as propostas”, enfatizou Patah. E continuou:
“Quando pensamos em mudanças na Previdência não pode haver radicalismos. Trata-se de um tema muito sensível. Vamos insistir para que essas mudanças não incidam justamente em cima das pessoas das camadas sociais mais pobres”, afirmou Patah.
Segundo o presidente ugetista, o Brasil é um País em que a população já tem determinada dificuldade de alcançar as exigências mínimas para a aposentadoria sem uma idade mínima.
“Com essas regras que o governo está propondo, muitas pessoas não se aposentarão, pois temos estados em que a expectativa de vida da população é de 70 anos, segundo estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística”, ponderou Ricardo Patah.
O líder sindical reforçou que a UGT entende ser preciso que haja uma reforma na aposentadoria. “Mas o foco principal deve ser a unificação de todo o sistema, para que não tenha mais diferenciação entre categorias, pois precisamos acabar com privilégios. Todos somos iguais. Só não podemos igualar a aposentadoria entre homens e mulheres. Nossas trabalhadoras, além de ganhar salário menor, são obrigadas a cumprir duplas ou triplas jornadas de trabalho”, disse o dirigente.
Henrique Meirelles ressaltou que o sistema previdenciário está em colapso, pois o déficit no setor vem aumentando muito e num ritmo acelerado.
“Por isso não é possível esperar o pior acontecer. É preciso fazer algo agora. A proposta vai beneficiar governos futuros, pois hoje o ministro é o Meireles, amanhã será outro. Procuramos dar sustentabilidade ao sistema”, registrou o ministro.
Para Meirelles, o país precisa assegurar diversas coisas, entre elas que a economia volte a crescer e postos de trabalho voltem a ser criados.
Marcelo Caetano antecipou que a ideia do governo é a de ter todo o sistema previdenciário unificado, não beneficiando nenhum grupo.
“O governo buscou não aumentar tributos. Ao invés disso quer rever renúncias fiscais e corrigir um déficit estrutural, já que no Brasil se vive mais”, concluiu Caetano.
Assessoria de Imprensa do Sinpefesp com base em texto de Fábio Ramalho, jornalista da UGT.